Era tabu quando Josué de Castro denunciou a sua Geografia.
Era tabu quando falar de carestia era
crime político.
Era tabu quando Betinho denunciava e
Wallstreets implantava os seus estados-mínimos
É tabu, quando quase 1 bilhão de pessoas
vivem sem condições adequadas de se alimentar, enquanto alguns profanam o seu
fim...
A fome, bruta, que assola o homem e a
mulher, mata a criança e o idoso. Nestes dias, barro, ratos, gafanhotos e
espinhos viram comidas, saídas ao desespero. Pior que estes dias são muitos...
A fome, pesada, na seca, na favela, na
aldeia, na quissassa, na cordilheira, na floresta. Arde pela falta de
alimentos, de água... Mas arde mais pela desigualdade e injustiças dos homens,
dos interesses capitalistas...
A fome, calada, no silêncio do tabu,
oligárquico ou da ignorância, tem que se gritar, não segurar a informação,
denunciar e anunciar quem faz ou diz que faz ou nada faz...
A fome, caminho de estrada longa, cheia de
buracos, desfiladeiro e lamaçal, de muita luta, luta contra a carestia e pela
autonomia de homens e mulheres que continua...
Nenhum comentário:
Postar um comentário