04 outubro 2013

Por vezes a fome vira tabu!

Era tabu quando Josué de Castro denunciou a sua Geografia.
Era tabu quando falar de carestia era crime político.
Era tabu quando Betinho denunciava e Wallstreets implantava os seus estados-mínimos
É tabu, quando quase 1 bilhão de pessoas vivem sem condições adequadas de se alimentar, enquanto alguns profanam o seu fim...

A fome, bruta, que assola o homem e a mulher, mata a criança e o idoso. Nestes dias, barro, ratos, gafanhotos e espinhos viram comidas, saídas ao desespero. Pior que estes dias são muitos...

A fome, pesada, na seca, na favela, na aldeia, na quissassa, na cordilheira, na floresta. Arde pela falta de alimentos, de água... Mas arde mais pela desigualdade e injustiças dos homens, dos interesses capitalistas...

A fome, calada, no silêncio do tabu, oligárquico ou da ignorância, tem que se gritar, não segurar a informação, denunciar e anunciar quem faz ou diz que faz ou nada faz...

A fome, caminho de estrada longa, cheia de buracos, desfiladeiro e lamaçal, de muita luta, luta contra a carestia e pela autonomia de homens e mulheres que continua...

Festejo aos pequenos passos dados e a luta e o sonho pelas verdadeiras vitórias são o alimento de quem tem fome de uma profunda transformação social.

Nenhum comentário:

Postar um comentário